Quem pretende emagrecer precisa começar a prestar mais atenção não apenas ao que come, mas também ao que bebe. Uma pesquisa que avaliou 810 pessoas entre 25 e 79 anos, realizada pela Johns Hopkins School of Medicine, nos Estados Unidos, constatou que reduzir o consumo de bebidas é mais eficiente em uma dieta do que diminuir a quantidade de alimentos sólidos.
No estudo, com duração de 18 meses, diminuiu-se a ingestão de calorias em bebidas açucaradas, como refrigerantes e isotônicos. Nos primeiros seis meses, a redução no peso dos pacientes foi de meio quilo. Quando o corte do mesmo valor calórico foi feito em itens sólidos, o efeito no emagrecimento foi cinco vezes menor.
Uma das respostas para esse comportamento pode estar na sensação da saciedade. Segundo Fernando Gerchman, endocrinologista do Hospital Moinhos de Vento, o sistema digestivo possui alguns sensores que, durante a alimentação, emitem um sinal para o cérebro informando que o corpo já está satisfeito. Assim, a pessoa perde a fome e para de comer. Esses sensores podem ser mais sensíveis aos alimentos sólidos, ou seja, a pessoa fica saciada mais rapidamente quando come do que quando bebe.
Por não se sentir satisfeita ao ingerir líquidos, acaba bebendo mais do que precisa e ingere, consequentemente, mais calorias afirma Gerchman. Outra explicação está na natureza do açúcar presente nas bebidas. Ele é rapidamente absorvido e provoca um aumento da glicose e dos níveis de insulina no sangue. Isso faz com que o açúcar tenha mais capacidade de se acumular no organismo, em vez de ser gasto, o que leva ao aumento do peso.
É um tipo de absorção rápida que pode estimular a formação de gordura no organismo. Isso significa que a mesma quantidade de calorias engordaria menos se, por exemplo, fosse absorvida com alimentos que precisam de mais tempo para absorção, como os ricos em fibras e constituídos por açúcares complexos, como frutas. Na prática, o resultado da pesquisa se converterá em um controle maior do consumo de líquidos na dieta. Os refrigerantes, que já eram condenados, devem ser totalmente abolidos em qualquer quantidade.
Além de serem calóricos, não trazem nada de bom. Ao contrário do suco de laranja, por exemplo, que possui outras vantagens, como vitaminas e antioxidantes explica a nutricionista Julia Dubin.
Julia dá algumas dicas para não cair na armadilha da saciedade e beber além da conta. Uma delas é prestar atenção se a bebida possui adição de açúcar. Em caso positivo, significa que o produto é engordativo e pode não ajudar na perda de peso. Outra sugestão é ficar atento mesmo aos sucos naturais.
Um copo de suco leva cerca de quatro laranjas. Se a pessoa resolver beber suco para matar a sede ao longo do dia, em vez de água, ela pode chegar a ingerir mil calorias. É muito ressalta.